cover
Tocando Agora:

Lula propõe ser interlocutor no diálogo entre EUA e Venezuela

Mauro Vieira diz que reunião entre Lula e Trump foi positiva e que países esperam acordo em poucas semanas O ministro das relações exteriores do Brasil, Ma...

Lula propõe ser interlocutor no diálogo entre EUA e Venezuela
Lula propõe ser interlocutor no diálogo entre EUA e Venezuela (Foto: Reprodução)

Mauro Vieira diz que reunião entre Lula e Trump foi positiva e que países esperam acordo em poucas semanas O ministro das relações exteriores do Brasil, Mauro Vieira, informou que Lula se dispôs a ser um interlocutor no diálogo entre os EUA e a Venezuela, para buscar soluções "mutuamente aceitáveis e corretas entre os dois países". Os dois países estão passando por períodos de tensão (entenda mais abaixo). A proposta aconteceu durante uma conversa nesta manhã entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Imagem mostra o presidente dos EUA, Donald Trump (E), em Washington, DC, em 9 de julho de 2025, e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro (D), em Caracas, em 31 de julho de 2024. AFP/Jim Watson ➡️ Contexto: as tensões entre Venezuela e Estados Unidos começaram a se intensificar em agosto, quando Washington anunciou o envio de navios e aeronaves militares para o sul do Caribe. ➡️ Desde então, o exército americano vem reunindo uma força de navios de guerra, caças, bombardeiros, fuzileiros navais, drones e aviões espiões no Mar do Caribe. Trump chegou até a admitir ter autorizado operações secretas da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) no país de Nicolás Maduro. ➡️ Segundo especialistas entrevistados pelo g1, o motivo do conflito se dá por conta do interesse americano de tentar derrubar Maduro e a vontade dos EUA de acessar as reservas de petróleo e às riquezas minerais da Venezuela. ➡️ "O que os americanos estão planejando ainda não está claro, mas, sem dúvida, estamos na iminência de um ataque de larga escala. E, se isso acontecer, será a primeira vez que os Estados Unidos atacam militarmente um país da América do Sul", declarou Maurício Santoro, doutor em Ciência Política pelo Iuperj. ➡️ O governo dos Estados Unidos, no entanto, afirma que esses movimentos são somente ações de combate ao narcotráfico. Lula não concordava com ataques Na última sexta (24) – dois dias antes do encontro entre Lula e Trump, o presidente do Brasil afirmou que não concordava que fossem feitos ataques e invasões a outros países sob a justificativa de combater o narcotráfico. Lula critica Trump e afirma que 'traficantes são vítimas dos usuários também' Para o presidente brasileiro, "se o mundo virar uma terra sem lei, vai ficar muito difícil". Lula sugeriu como alternativa que os EUA se disponha a conversa com a polícia e Ministério da Justiça dos outros países. "Se a moda pega, cada um acha que pode invadir o território do outro para fazer o que quer. Onde é que vai surgir a palavra respeitabilidade à soberania dos países? Então eu pretendo discutir esses assuntos com o presidente Trump se ele colocar na mesa", argumentou "Acho que falta um pouco de compreensão da questão da política internacional", disse Lula sobre a afirmação de Trump de que vai '"apenas matar as pessoas que estão levando drogas para o seu país." Lula ainda rebateu: "Toda vez que a gente fala de combater as drogas, possivelmente fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente, os usuários. Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também." O presidente brasileiro mencionou também que o presidente dos EUA não pode apenas dizer que vai invadir e "combater o narcotráfico na 'terra dos outros'", sem levar em conta a Constituição dos países.